sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dueto - A Bela Zizi Possi e o Gênio Chico Buarque

A autora do livro, "Chico Buarque e os meus botões", Maria Stela Faciola Pessoa Guimarães, diz que, "Pedaço de mim é um diálogo entre mulher e homem no momento de separação, de perda, de despedida".

Interessante que não faz muito tempo ter ouvido de uma amiga da faculdade que essa música faz referência a história da Zuzu Angel, mas não sabendo ao certo da história me mantive de bico fechado... Bom, já tinha lido esse livro, mas não lembrava de nada, então, não quis duvidar...

Portanto, a única alternativa foi fazer uma segunda leitura do mesmo, narrando o descrito miudamente, sem deixar passar os mínimos detalhes.

Para tanto, Maria Stela, apresenta uma síntese histórica da música , "Os versos “Oh, pedaço de mim”, especialmente, bem como os demais, em certa medida, podem ser lidos com base na Bíblia Sagrada / O Velho Testamento / Livro do Gênesis. Depois de tratar da criação do céu e da terra e tudo o que neles se contém, da criação dos seres viventes e da formação do jardim do Éden, o livro de Moisés aborda como Deus criou a mulher":

“21. O Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu: e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar.

22. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher: e trouxe-a a Adão.

23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne: esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada".

"Vale a pena observar a dramática riqueza das comparações escolhidas por Chico para conceituar saudade. Quando o verbo é exilar, a saudade é comparada com um barco (para lembrar viagem). Se o verbo é arrancar, o paralelo chocante é a morte de um filho. Se o verbo é amputar, a saudade é igualada à fisgada do membro perdido, explica Maria Stela".


“Oh, pedaço de mim
       Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus”.

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